quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eternidade

Posso eu contar-te um mistério que vai em meu coração
E ainda assim me deixar secreto
Posso eu mostrar-me do avesso
E ainda assim permanecer oculto

Eu que com a tua candura me ponho em lençóis limpos
Eu que com a tua paisagem me fisgo em amores

Quero eu banhar-te em alegria e fazer-lhe um poema
Permitir que o sonho nos beije e nos enleve
Estou eu em termos sinceros a querer-lhe a alma e boca
O visto e o dado

Posso eu ouvir-te em pranto
Gasto eu a minha lapela contigo
Assim sentindo o leve acariciar de suas loiras madeixas
Tocando o espírito deste que te adora

Quero eu te abraçar em demasia
Perto de ti sou eu um enternecedor meio casto
Almofada de cetim e cheiro de espera
Pedra em tez nobre

Posso eu roubar-te a concórdia
E espirar o teu grito
Desmanchar tuas cerejas
E cortejar os teus mimos, abordar o teu instinto

Mas quererá o meu coração deixar-te em paz
Para que floresça a saudade
Ambientando o amor
Que carece da eternidade.

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